Quando Carnauba mandou e-mail direto pra mim do aniversário da cheia de 1966 , veio tudo na minha memória e eu o respondi na hora. Agora com o relato fundamentado de Feijó repito para voces , que quase todos viveram a mesma situação.
"Oi Carnaúba, não esqueço essa enchente: eu fiquei a noite toda em cima de uma árvore. As ruas no entorno de minha casa na Madalena se tornaram afluentes do Capibaribe.Pensando ser problema localizado,acompanhei meu irmão saindo pelo fundo do quintal e passando pelo vizinho para pedir socorro dos Bombeiros. Lá em casa estavam minha tia idosa e outras pessoas.Encontramos com Agenor (estudante de Medicina) que vinha em sentido contrário. Ele dizendo ser bom nadador teve muita dificuldade em atravessar a rua. Como eu disse que não sabia nadar ele me mandou subir na árvore , enquanto meu irmão ia procurar os Bombeiros. Este quase não chegou no outro lado,tanto pela correnteza e por ter levado um choque elétrico. Voltou dizendo que a situação era geral e não encontrou bombeiros. O lembrei de procurar apoio na casa de Ageleu.Passei a noite toda na árvore dentro da casa de Ximenes , onde já tinha 2 pessoas. Muitos passavam nadando e paravam na árvore.Fatos tragicômicos ocorreram.Só sai ao amanhecer resgatado por Ageleu e agarrado num tronco puxado por corda. Fui acolhido na casa dele.A rua continuava um rio.Tinha ganho há 3 meses do meu pai um Gordini Teimoso , que tinha deixado numa rua mais alta que a minha. Ficou coberto pela enchente. "