O Nordeste brasileiro tem sua história demarcada por dois grandes capítulos: Antes da Chesf e Depois da Chesf. E o “milagre” da Chesf só pode acontecer graças, antes de tudo, à engenharia brasileira e ao trabalho duro de milhares de “cassacos”, que tiraram —a ferro— das entranhas dos paredões de granito da Região, a primeira Usina Hidrelétrica do Nordeste, marco inicial para as demais Usinas que se seguiram e que mudaram a fisionomia e o destino da Região, descortinando novos horizontes e, o mais importante, fazendo engenharia da mais alta qualidade, gerando Vida e trazendo progresso.
Foi em 15 de janeiro de 1955, 64 anos atrás, que a "luz de Paulo Afonso" acendeu e começou a mudar a história do Nordeste, com a inauguração da Usina da Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Naquele dia, o presidente da República, João Café Filho, chegou a Paulo Afonso, com enorme comitiva —inclusive ministros e governadores— e inaugurou a Usina de Paulo Afonso.
Em dezembro de 2014, o engenheiro Antônio Feijó, grande professor da nossa EEP/UR, de quem, em 1961, fui aluno já no cursinho Heitor Maia, concedeu entrevista ao nosso Jornal do Commercio, sobre seu livro “Chesf – Memórias, Registros e Lembranças” –onde dizia que “antes de Paulo Afonso, a lâmpada da rua era apenas uma brasinha em vários bairros da capital. Em Jaboatão, a energia só ia até o quartel do 14º Regimento de Infantaria, no Socorro”. Naquela época, Feijó tinha somente 18 anos e lembra que, quando chegou a “Luz de Paulo Afonso”, a primeira coisa que ele fez foi comprar um liquidificador de presente para sua mãe. Depois, formado em engenharia elétrica, foi contratado pela Chesf, sendo hoje reconhecido como um dos mais brilhantes e importantes colaboradores que já passaram pela Hidrelétrica do São Francisco.
Na realidade, tudo havia começado bem antes, em 3 de outubro de 1945, quando o, então, Ministro da Agricultura, Apolônio Jorge de Farias Sales, levou para a assinatura do Presidente Vargas os Decretos nºs 8.031 e 8.032, que criavam a Chesf. Interessante notar que, menos de um mês depois, Getúlio foi deposto e os projetos da Usina ficaram engavetados, até que o sucessor de Getúlio, o General Eurico Dutra, depois de visitar a Cachoeira de Paulo Afonso, em julho de 1947, resolveu, por fim, autorizar a estruturação da Companhia, definindo sua primeira diretoria, que teve posse em 15 de março de 1948, com o Engenheiro Antônio José Alves de Souza como presidente, trazendo sua experiência administrativa adquirida enquanto Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral, do Ministério da Agricultura.
Na margem direita do Rio São Francisco, num lugarejo ínfimo, que se chamava Forquilha, surgiu o canteiro de obras da barragem. A primeira máquina da Usina começou a ser testada em 1954, ano em que a engenharia nacional comemorou o projeto brasileiro que permitiu o fechamento do rio São Francisco. Em dezembro daquele ano a “luz de Paulo Afonso” chegou ao Recife e, depois, a todo o Nordeste, provocando uma profunda revolução nos costumes da Região. Hoje, a vila da Forquilha virou o Município de Paulo Afonso, um dos mais importantes da Bahia, com mais de 120 mil habitantes e a Chesf segue abrindo e concretizando caminhos para o desenvolvimento dessa importante parte do território pátrio.
Inúmeros são nossos professores, colegas, familiares e contemporâneos que trabalham ou se aposentaram na Chesf. Outros, como eu, fomos fornecedores de serviços e/ou de produtos. Citá-los nominalmente seria impossível. Por isso, presto hoje minha homenagem a todos eles e à Companhia na figura exemplar, querida e competente do Professor Antonio Feijó. (Eng. Fernando Gusmão – 15/01/2019).
Caros Colegas
Enviei mensagem sobre um estranho tremor do solo que atingiu o bairro Pinheiro, em Maceió-AL, com reflexos em vários outros.
O evento completará um ano no dia 03 de março e até hoje o diagnóstico de causas ainda se encontra no campo das hipóteses, do planejamento de ações, e da coleta de dados.
É muito triste para nós, engenheiros, vermos casas e prédios trincando, afundando e ameaçando ruir mantendo sob riscos de morte pessoas simples e pouco podermos fazer, exceto recomendar a interdição. Reforços pretéritos e outros reparos foram executados, mas os danos são recorrentes. Fendas – ainda ativas - surgiram transversais às ruas e têm extensões de quilômetros danificando o que encontram em seus caminhos.
Estranhamente o solo é argila pouco arenosa, de média a rija até cerca de 20 m, e não apresenta NA até essa profundidade.
Como sempre me debrucei sobre eventos estranhos, e a Comunidade afetada me solicitou o apoio, tenho colaborado com ela, de forma desinteressada, honrando o nosso Código de Ética.
Uma matéria foi divulgada hoje no Jornal Nacional - endereço abaixo. Talvez assim as autoridades locais ajam com maior presteza porque se chover poderá ocorrer uma tragédia por aqui.