Em 11 de dezembro de 2014 07:51, marco juno flores <marcojuno@yahoo.com.br> escreveu:
Amigos,
Alguns dos poemas do colega Fernando Maranhão estão publicados no SAFIRA, primeiro livro da ABRAEE. Garoto de Água Belas, nascido no pé da serra do Cumunati, com o sentimento do mundo.
No livro, está ao lado de poetas como: Jessier Quirino, Gorki Mariano, Fernando Gusmão e outros, não menos famosos.
Por Fernando Gusmão
Eu tinha 1 metro e 73 centímetros. Media essa altura desde os idos de 1966, quando terminei o curso de engenharia, com meus 23 anos. Era o "alto" da família, entre primos e irmãos baixinhos, como bons paraibanos que são. E isso compensava algumas deficiências...
Tive, com orgulho, essa altura pelos anos que se seguiram, até que, um dia, fui me medir e me pesar, aos 65 anos, durante um desses check-ups recomendados pelo cardiologista.
A enfermeira anotou na ficha: altura 1,70m. Peso: 80kg.
Reclamei: "há um engano, minha altura é um e setenta e três!"
Ela disse: "Ok. Vamos medir novamente".
Mediu e confirmou: "Nada de errado. Sua altura é mesmo um metro e setenta".
Fiquei chocado enquanto esperava para continuação dos exames. E fiquei pensando "Pô! Cadê meus três centímetros? Onde foram parar?". Eram centímetros importantes. Com eles eu era "alto"!
Dias depois, voltei ao cardiologista com os resultados dos exames. Tudo em ordem, mantenha as caminhadas, manere com as massas e por aí vai. Como estava chateado com o que tinha acontecido com minha altura, aproveitei e comentei com ele sobre os centímetros desaparecidos.
Ele jogou a pá de cal: "Todas as pessoas encolhem com a idade. Somos mais altos ao final dos 40 anos, depois perdemos até cinco centímetros de altura por volta dos 80 anos. A perda na altura é gradual, mas se acelera no fim da vida. Por que ficamos mais baixos com a idade? Existe uma série de razões, incluindo músculos mais fracos, perda de água, mudanças de postura e deterioração dos discos esponjosos que separam as vértebras em nossa espinha dorsal, causando uma compressão da espinha".
Fui embora, feliz com os resultados do check-up, mas triste com meus centímetros perdidos. Mas, eis que de repente, e não mais que de repente, (como disse o Poetinha) me aparece uma tendinite no tendão de Aquiles, por conta de um incipiente esporão de calcâneo.
Após consultas e exames, vêm as prescrições do ortopedista (por sinal, meu irmão), que incluíam fisioterapia, compressas de gelo, aplicações de ultrassom e "o uso continuado e definitivo de calçados, com, no mínimo, três centímetros e meio de salto"!
Segui à risca as recomendações, fiquei bom da tendinite e, aleluia!, recuperei meus três centímetros de altura!