Dedicado ao saudoso colega MARDEL JOSÉ BOULITREAU
MEU PAI DIZIA: MEU FILHO
TUDO NA VIDA É ENSINO
E COM O TEMPO TOMA CORPO.
VOCÊ COMEÇA MENINO
E SOMANDO DOIS MAIS DOIS
VAI JUNTANDO E DEPOIS
NO SABER É UM PALADINO...
AS PALAVRAS COMO UM HINO
NA MINHA LIDA E ANDADA
FICARAM COMO UMA FÓRMULA
E AO FIM DE NOSSA JORNADA
O CURSO DE ENGENHARIA
TERMINEI COM ALEGRIA
PONDO AGORA O PÉ NA ESTRADA
MAS, ANTES DE UMA PISADA
ALGO MUITO IMPORTANTE
MERECE NOSSA ATENÇÃO
E EU PERGUNTO NESTE INSTANTE
QUEM INTENTOU O MOMENTO
E O CORTANTE POR INVENTO
SERÁ FOI O PRÓPRIO DANTE ?
VOU POR FIM A TAL DESPLANTE
E CUMPRIR O MEU DESTINO
DE RASGAR A PAPELADA
E QUEIMAR SEM DESATINO
ESSES MOMENTOS FLETORES
E MAIS ESFORÇOS CORTANTES
OS QUAIS TANTO EU ABOMINO.
NEBL
Camaragibe (PE), dezembro de 1966
COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DA FESTA DOS 40 ANOS DE FORMADOS, DA TURMA DE ENGENHEIROS DE 1966, DA ESCOLA DE ENGENHARIA, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.
http://fernandogusmao.blogs.sapo.pt/
ATA DA 6ª REUNIÃO, REALIZADA NO CABANGA IATE CLUB, ÀS 20,00 HORAS DO DIA 13/9/06.
Presentes: Lucila Jatobá, Roberto Dias, Sosthenes Corrêa e Luiza, Wilton Jansen e Leda, Jaime Galvão, Dorival Almeida e Fernando Gusmão.
Ausentes: Raimundo Passos Lima, José Hairton, Alberto Alcântara e Marco Juno.
Abrindo os trabalhos, a colega Lucila Lins Boudoux Jatobá colocou em discussão os assuntos relacionados a seguir, constantes da pauta desta 6ª Reunião, previamente distribuída com os participantes da Comissão:
1 – Convite aos familiares dos colegas já falecidos para a Missa comemorativa dos 40 anos: Ficou decidido que o colega Jaime Galvão passará para Lucila uma relação atualizada dos colegas já falecidos - com os endereços dos familiares - e que a colega Lucila Jatobá fará os convites verbalmente a cada uma das famílias.
2 – Hospedagem e acomodação de colegas em outros hotéis: Na próxima semana os colegas Dorival Almeida e Lucila Jatobá farão reunião com um dos donos do Hotel Salinas na tentiva de encontrar a melhor solução para a acomodação de colegas cujas hospedagens ainda não foram confirmadas pelo Salinas.
3 – Professores homenageados: Após discussões, a Comissão decidiu que a melhor solução – para não trazer constrangimento para ninguém - será homenagear informalmente todos os professores e assistentes, ficando cada colega com a liberdade de convidar qualquer professor para a missa, para o jantar de boas-vindas na 5ª feira e m Recife e para as demais celebrações, desde que as despesas de cada convidado corram por conta de cada um dos professores.
4 – Confecção de kits do evento e dos crachás de identificação dos colegas: O colega Wilton Jansen trouxe à consideração da Comissão seis alternativas para o logotipo. Ouvidas as opiniões dos colegas, os logotipos foram votados e foi escolhido aquele que recebeu mais adesões. Foram, também, discutidas as alternativas para confecção dos crachás e escolhida a mais prática e mais
5 – Painel Mural de Fotos e Notícias no Hotel: Esse assunto ficou para ser discutido e resolvido na Reunião do dia 23 deste mês no Hotel Salinas de Maragogi.
6 – Lista dos nomes e cadeiras dos ex-professores: O colega Fernando Gusmão ficou de passar por e.mail para Lucila Jatobá as relações com os nomes até agora identificados. Com isso, Lucila irá interagir com Nicinha e completar as listas das quatro turmas com as informações faltantes para exposição no Painel/Mural e no site da turma.
7 – Registro das festividades em DVD: Esse assunto foi muito discutido, principalmente por Wilton Jansen e Jaime Galvão. Os demais colegas também deram suas opiniões. O colega Roberto Dias, inclusive, sugeriu que fossem feitos registros também em Recife, durante a Missa de Ação de Graças. Ouvidas todas as sugestões, os colegas Wilton e Jaime ficaram de voltar na próxima reunião com informações mais definitivas sobre o assunto.
8 – Local do jantar de boas-vindas: Ficou decidido que o jantar será realizado no Restaurante Varanda, do Sport Club do Recife. Nesse sentido, a colega Lucila Jatobá irá negociar com o restaurante um rebaixamento da consumação mínima e fechar as negociações.
9 – Publicação dos “causos” da Turma no site: A Comissão decidiu que o colega Fernando Gusmão deverá editar as estórias que estão vindo por e.mail e publicá-las no site para que fique garantida suas preservações.
10 – Futuros encontros: Lucila Jatobá propôs e teve aprovada sua proposta de que, a partir das próximas comemorações dos 40 anos, os encontros de congraçamento da nossa turma passarão a ser realizados todos os anos.
Esgotados os assuntos para discussão, a colega Lucila Jatobá marcou novo encontro para o dia 23 do corrente no Hotel Maragogi e deu por encerrada a Reunião.
Recife, 13 de setembro de 2006.
A COMISSÃO
Estava para encerrar-se o ano de 1966; nós, ainda atônitos, fomos convidados para um churrasco na vivenda de nosso colega Joaquim, nos limites de Recife/Camaragibe. A tarde ia se arrastando morna e a condição para se ingressar na chácara era a apresentação dos apontamentos de aula e apostilas de estabilidade. Após o ato com as solenidades individuais de praxe os papéis rasgados na cava, Mardel o último dos vândalos fez um discurso onde insinuou ser satânica a invenção do momento fletor e possivelmente de Dante a difusão dos esforços cortantes, terminando a sua fala com um retumbante “E ESTES MOMENTOS FLETORES E ESFORÇOS CORTANTES QUE TANTO ABOMINO”. Anotei de imediato porque, logo em seguida, o Quincas jogou a porção de querosene nos papéis picados, acendendo-os, dando assim por encerrado o ritual. A carne era tanta que até o Manoel Tenório levou uma sacola de ossos e carnes para o seu cão (tinha mais carne do que osso e o detalhe: Tenório morava na casa do estudante ainda e não tinha cachorro nenhum). Tenho certeza que, do lugar em que se encontra, o Mardel, deve estar a dar risadas.
Manecão, professor feioso e corpo de atleta de sumô, dava aulas no segundo ano, na disciplina de Mecânica Racional. O livro texto era o de Ademar Fonseca, livro grosso, dois volumes, vermelho e com muitos gráficos e desenhos; os CDF´s se deliciavam. Numa das aulas, Manecão estava conceituando o vetor unitário, modulo igual a um, a unidade de medida. Lá pelas tantas, José Barreto pergunta, "Qual é esta medida professor??? metro ou centímetro???" Manecão respondeu: "Qualquer uma, o que importa é que seja unidade, não precisa especificar a medida!". Aí Barreto, como que querendo fazer gozação, comentou: "E se a medida for bem pequenininha, milimétrica, assim o vetor unitário se transforma num toco de vetor." Manecão arregalou os olhos, foi pra perto dele, e disse: "Pronto meu filho, então bote na prova que o vetor unitário é um toco de vetor pra você ver!!!".
Quando éramos primeiranistas gostávamos de dar banho nos feras. Comprávamos balões de festa, (hoje bexigas) e camisas de vênus na loja 4.400, da Rua da Imperatriz, subíamos no telhado da Escola, através do "Céu". Lá em cima havia uma caixa d’água para carregar nossos “artefatos”. Em uma das ocasiões em que bombardeávamos os feras, algumas “bombas” estouraram no chão, molhando os feras e uns senhores de paletó, que chegavam à Escola. Um deles era o Dr. Almino Afonso, então Ministro do Trabalho, que ia dar uma palestra para e gente. Assustados, descemos correndo as escadas do "Céu" com Valdecy, secretário da Escola, atrás da gente gritando: - Vocês molharam o ministro!...- Vocês molharam o ministro! Graças a Deus não deu
Flúvio Carneiro Leão era um grande companheiro. Embora circunspeto e com cara de cientista, era superlegal e tinha como hobby, jogar pequenas bombas ao longo dos corredores e nas salas da Escola, durante a época de São João, assustando muita gente. Do 1º andar do Diretório Acadêmico da Escola ele prendia na ponta de um cordão uma pequena bomba, calculava o tempo de explosão, acendia o pequeno artefato e o pendurava a cerca de dois metros de altura acima da cabeça dos colegas que estavam, tranquilamente, almoçando no bandejão. Por isso, levou muitas corridas homéricas. Uma vez lhe propus fabricar um grande artefato, mas de mentira, com um grande pavio, dando a impressão que sua explosão iria jogar pelos ares pelo menos quatro paredes da Escola. Sugeri, também, esperar uma oportunidade antes de uma prova do Prof. Mesel, quando toda a turma teria que estar na sala antes do professor chegar, para a bomba ser “detonada”. Ele gostou da idéia e fez um belíssimo artefato que parecia verdadeiro e com um longo pavio. Esperou todos entrarem na sala de aula, colocou a “bomba” sobre a mesa do professor e, à vista de todos, acendeu o pavio. Aí, tanto ele quanto eu simulamos terrível medo e corremos porta a fora.Todos conheciam a fama detonadora do Flúvio e foi um caos geral, todos tentando sair pela estreita porta da sala. Lembro-me que Cristóvam, que estava lá atrás, calculou que não teria tempo para sair e se lançou ao chão, protegendo-se com as cadeiras. Enfim, a bomba de mentira de Flúvio foi, na minha lembrança, o último evento que ele patrocinou com aquela cara de cientista maluco e muito engraçado na nossa Escola. Seria muito bom rever o Flúvio em dezembro!
Nego Teo desenvolveu o seguinte esquema para tirar notas boas: sentava nas provas sempre junto de bons alunos, modéstia à parte, eu, José Jorge (agora Senador), Humberto Justiniano, Carlos Celso e Eliezer, entre outros. Próximo ao final da prova, cochichava, procurando saber o resultado da questão. "Quanto deu a segunda questão?" perguntava para um. Depois para outro. Os colegas diziam, por exemplo: "Deu 40 kg/m2". O Nego Teo tinha, em seus cálculos, achado 80 km/m2. Então ele multiplicava seu resultado pela constante Alfa (igual a 1/2), e o resultado ficava 40 kg/m2, igual ao de todos e, portanto, a questão ficava certa. Se o resultado fosse 100 e o dele 25 o Alfa era, então, quatro. Até que uma vez, um professor, não me lembro quem, sacou a esperteza. Perguntou: "Quem é José Francisco Couto Pinto (esse é o nome do Nego Teo)?" "Como você achou este resultado?" "Que negócio é esse de constante Alfa?" "Nunca ouvi falar nisso!" O Nego Teo levantou-se e disse : "Pois é professor, é porque o senhor não me conhece. Esta constante alfa é importantíssima na engenharia. É a constante alfa = NT; NT quer dizer Nego Teo, que ajusta automaticamente todos os cálculos mal feitos para o resultado correto. “É uma nova tecnologia." O professor riu e tacou zero na questão. Acho que o professor era Mário Antonino de cálculo II, não sei ao certo. O "causo" mostra a inteligência e o bom humor do nosso Nego Teo que era mais assíduo no Bar do Biu do que em qualquer aula da nossa antiga Escola de Engenharia.
Por volta de 63/64, a CHESF fez um convênio com a Volkswagen e ofereceu a todos os funcionários a possibilidade de comprar um Fusca zero, livre de quaisquer impostos, em 40 ou 50 prestações, descontadas em folha, com juros mínimos. Era tão em conta que até o vigia da Companhia comprou um carro. Paulo Mi passou, naquela ocasião, por um período de grande frustração, pois o que ganhava no seu estágio remunerado no D.A.E. dava para pagar as prestações, mas seu querido pai, que era extremamente caxias e, além disso, não gostava de dívidas, não lhe permitiu comprar o Fusca financiado. No entanto, logo